SOBRE O MÉDICO E O MONSTRO

Author: Gi / Marcadores: ,

"...quando êle entra o ambiente todo se ilumina; parece que Deus chegou!"
Comentário feito por uma grande amiga, portadora de uma grave doença, referindo-se ao seu médico, Dr. Marcello Ferretti Fanelli, Oncologista do Hospital do Câncer. O grande mérito do Dr. Marcelo é ter olhos para ver, ouvidos para ouvir e voz para falar com os seus pacientes.
Escrevo aqui apenas para perguntar: será que a exceção não deveria ser a regra? Qualquer paciente necessita ser visto e ouvido. E suas dúvidas, mesmo que tolas, carecem de esclarecimentos e não podem ser interpretadas como pura perda de tempo; mesmo pelos cirurgiões, seres sempre tão ocupados!
Marguerite Yourcenar nos relata os sentimentos de Adriano, o Imperador Romano, diante de seu médico, já no final da vida: -"É difícil permanecer imperador na presença do médico e mais difícil permanecer homem. O olho do clínico não via em mim senão um amontoado de humores, triste amálgama de linfa e sangue."
Se o Imperador era visto senão como uma doença, a nós pobres mortais resta apenas crer na afirmação que faz uma outra grande amiga: o médico É o monstro.
Porém, seguindo orientação médica de "Deus", "não devemos desperdiçar um único batimento cardíaco com aborrecimentos de tal ordem", pois não vale a pena. Renato Russo, na canção Angra dos reis nos diz "...ouvir seu coração perfeito batendo à toa, isso dói..."; o significado pode ser o mesmo, talvez com um pouco mais de poesia, mas a verdade... está lá nos olhos do Dr. Marcello quando nos fala!

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